Avida quilombola em Minas
Atacados por empresas, esquecidos pelo poder público: a vida quilombola em Minas

Reportagem do Brasil de Fato acompanhou a Federação N´Golo em visita a comunidades que sofrem com violações de direitos
As violações de direitos não cessaram para as comunidades quilombolas. Hoje em dia elas são promovidas pelo poder público e grandes empresas, conforme verificou a Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas (N'Golo) e o Brasil de Fato.
Uma reportagem do Brasil de Fato e a Federação passaram ao longo desta semana pelos quilombos Carrapatos da Tabatinga, em Bom Despacho, Saco Barreiro, no município de Pompeu, e Pontinha, em Paraopeba.
O primeiro município está localizado na região centro-oeste do estado e os dois últimos na região centro. O objetivo desta viagem é concluir um projeto de gestão territorial e ambiental implementado em conjunto por N'Golo, Universidade de Agricultura do Norte de Minas (CAA) e DGM brasileiro, incluindo vários Quilombo. Faça brochuras sobre tópicos
Desde meados do século 17, registros históricos confirmaram a existência de Quillenbosch. Essas comunidades vêm de grupos negros que escaparam da escravidão durante o período colonial brasileiro. Quilombo é uma palavra derivada originalmente do Quimbundo (língua anteriormente usada em Angola), que significa acampamento guerreiro. No Brasil, o desrespeito e a violação desses povos têm uma longa história.
Atual modelo agrícola contrata pouca mão de obra e as requisitadas são mal remuneradas
Sandra Maria dos Santos, de Bom Despacho, disse: "Na verdade, só podemos ser livres se a terra for legalizada." Ela tem 61 anos e trabalha na Loombos há 40. Atualmente, ele é membro da Associação Nacional de Coordenação de Pronúncia de Quilombos (Conaq) e trabalha no departamento financeiro da N'Golo. Segundo ela, a principal luta dos Kirenbos é a legalização de terras. Ele concluiu: "O estado de Minas Gerais é o pior estado em se lidar com o quilombola. É aqui que temos mais conflitos de terra. E são muitos: com fazendeiros, garimpeiros e produtores de celulose." Segundo o IBGE, existem 1.027 localidades em Minas que acomodam os descendentes de Keelung Bora. Segundo o instituto, são 6.023 no país, distribuídas em 1.672 cidades. De todos os Killenbos no país, até 8% são territórios controlados oficialmente.
Comunidade sofre com os problemas gerados pelo rompimento da barragem da Vale, em janeiro de 2019
Em Minas esse percentual não chega a 3%. No estado apenas 22 comunidades quilombolas são regularizadas. Depois da Bahia, Minas é onde há mais quilombos no país. Januária, cidade do Norte mineiro, abriga o maior número de localidades quilombolas no Brasil, com 29 comunidades. Os quilombos visitados pela reportagem não estão entre os regularizados.
A Vallourec começou avançar sobre as terras da comunidade desde os tempos da minha avó
A Constituição Federal garante aos Kirenbolas a propriedade absoluta das terras onde vivem. Uma vez que a grande maioria dos quilombolas não tem propriedade final, eles são vulneráveis a várias violações. "Essa é uma grande brecha que empresas e fazendeiros pensam assim: 'Ah, eu posso entrar nessa terra.
Afinal, são só negros que a ocupam. Não têm evidências que comprovem que essa terra é deles'", Agda (Agda Marina) explicou. Moreira é pesquisador de saúde pública e consultor da N'Golo. Para resolver as disputas de terras, a Constituição estipula que as autoridades governamentais comprem terras para conquistar as terras de Kirumbora, que são controladas por terceiros. Embora não seja função exclusiva, o governo federal é responsável por essa formalização por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Sandra disse: "Em Minas, a maioria das comunidades Keelung Bora que precisam ser regulamentadas estão em terras abertas no estado, não em terras privadas." Terras abertas são basicamente um espaço público sem uma destinação específica. Pode ser arranjado para qualquer finalidade. "Portanto, fica mais fácil para Minas promover a nossa regularização. O estado não faz isso por pura falta de vontade política. Isso é racismo", destacou o coordenador de Connak em Kirombola. Não há dados acessíveis sobre as vagas para o governo estadual.
Saco Barreiro
O não cultivo da terra é uma "porta" para infringir outros direitos. Isso não vai acontecer apenas no Kilenbosch visitado pela reportagem. As violações dos direitos de Keelung Bora não são incomuns em nível nacional, especialmente no nordeste e norte do país, onde a agricultura e a mineração atuam. Pompeu (Pompeu) fica a 23 quilômetros de distância, e isso é Saco Barreiro, Quilumbo.
Esta estrada fica em uma estrada lamacenta, onde freqüentemente ocorrem atolamentos de papel. As plantações de cana-de-açúcar da produtora de álcool Agropeu estão espalhadas por toda a comunidade, chegando a toda a comunidade. Kilumbo é cercado por cana-de-açúcar. Existem 38 famílias lá. Cultivam arroz, café, milho e outros alimentos para consumo próprio. O excedente é vendido na feira da cidade.

Existe uma preocupação sobre a possibilidade de a água estar contaminada por agrotóxicos provenientes do canavial que os rodeiam.

Alguerino disse: "Uma vez que estava por perto, saí de casa, e depois passou um avião. Quando o vi, tomei um banho de veneno." Segundo ele, há pelo menos 15 anos que a empresa tem obtido de diferentes formas Pesticidas. Um é de avião. Vídeo feito por Igor Antôniode Almeida, 23 anos, mostra um dos jatos passando. O maior problema com esse spray é a dispersão de pesticidas, que podem chegar facilmente a Quilumbo.
Ele disse na fábrica: "A evidência de que esses venenos nos prejudicam está aqui. Você vê que suas bordas são brancas. Isso indica fortemente que está contaminado. Agora, imagine que há muitas outras coisas que também podem ser afetadas. Está poluído . "O Igor mostrou algumas plantas à beira do rio por onde passava Saco Barreiro. Segundo ele, o agrotóxico utilizado pela empresa é o glifosato, que é um dos agrotóxicos mais utilizados na agricultura brasileira.
Segundo nutricionistas, a grande ingestão dessa substância pode prejudicar seriamente a saúde. Até câncer. Na Alemanha, um projeto planeja proibir o uso de glifosato até 2024. O México recentemente o baniu.

A situação do Saco Barreiro é a razão inerente à falta de propriedade da terra. Igor destacou: "A extensão em que a empresa pode lançar veneno é limitada, e o veneno não pode chegar às comunidades próximas à plantação. No entanto, se não houver um nome que marque nosso território, a empresa pode alegar que está jogando por conta própria terra."
"Eu até carreguei uma carroça cheia de galinhas mortas um dia. Elas morreram do nada. Suspeito que possa estar relacionado a pesticidas." O líder comunitário Wilton de Almeida, de 55 anos, lembrou Say. No Saco Barreiro, quase todos os residentes pertencem à família Almeida.
Pontinha
A comunidade da Pontinha está localizada na zona rural de Paraopeba. Ele acomoda cerca de três mil residentes. É um dos maiores Quilombos de Minas. As lagoas do rio Para Opeba, Dourada, Lontra e Cedro circundam toda a comunidade. Devido à grande área, a produção de alimentos nesta área é diversificada. Hoje existe um agronegócio, empresa e escola. Um dos problemas atuais é o impacto da destruição da Barragem Vale em janeiro de 2019.
Além da perda de centenas de pessoas, o desabamento do prédio também causou enormes danos ambientais, principalmente o rio Paraopeba, que ajudou a abastecer a comunidade com água. A produção de uma variedade de alimentos foi alcançada, o que resultou na perda de renda para muitas pessoas em Keelungbula.
Uma das famílias afetadas é um associado de moradores de Renato Moreira (Renato Moreira), 42 anos. Eles criaram o minhocuçu, isca de pesca. A produção do Pará é feita com água de Paraopeba que não é adequada para uso atualmente. Todos os efeitos da tragédia na comunidade não foram totalmente calculados. A este respeito, o consultor técnico está relatando.

Ainda segundo Renato, outra grande dor é o desenvolvimento do plantio de eucalipto na região do quilombo. Ao viajar pelas regiões centro e centro-oeste do Estado de Minas, é comum observar um grande número de plantações de eucalipto, que atendem às indústrias de carvão e papel. Renato disse: "A Vallourec vem avançando em terras comunitárias desde a época da avó. Ainda hoje ela está avançando."
Ele não poderia dizer a área ocupada pela empresa alemã. Pontinha sabe da evolução dos eucaliptos em suas terras, mas como a comunidade não tem uma definição formal, ele não consegue medir a situação. Ele disse: "A empresa até cercou 'sua casa'. E não podemos fazer isso."

A Associação de Moradores da Pontinha exigiu indenização da empresa. Porém, segundo os moradores, essa situação não vai acontecer de forma adequada. Renato disse: "Por exemplo, a empresa não nos contrata para trabalhar nela. Eu mesmo tenho que morar em Sset Lagoas para ganhar a vida".
Durante a visita do relatório a Kilombo, as máquinas da Vallourec estavam a todo vapor para cortar árvores de eucalipto. Poucos funcionários participam de demissões. Na verdade, a máquina quase concluiu todo o trabalho.
Esse é um dos grandes dilemas econômicos do atual modelo agrícola, que costuma destruir comunidades como a Pontinha. Ele emprega apenas uma pequena quantidade de mão de obra, e aqueles com demanda insuficiente são mal pagos. Portanto, a renda é concentrada e as pessoas podem ser destruídas.
Segundo dados do Dataviva, plataforma de governo de Pala Opeba, onde está localizada a comunidade, há cerca de 24,2 mil moradores na área e cerca de 54 mil oportunidades de trabalho. Do emprego, 11,7% ou 634 vêm da agricultura.
Na tentativa de evitar a falta de oportunidades econômicas, Pontinia criou um produto agrícola com a ajuda do projeto da UFMG, que é derivado do pequi, que é uma fruta rica na comunidade. A empresa atua desde 2016 e trouxe renda para 10 famílias. O objetivo é adicionar mais com o tempo. Renato Moreira disse: "Podemos fazer azeite aqui. É uma forma de valorizarmos a fruta".
Desempenho da Federação N'Golo "Estamos distribuindo esta cartilha para seu uso hoje. É uma série de estratégias para vocês planejarem seu território. Além disso, contém todas as leis que protegem Kirombora." Explicou o presidente Jesus Rosario Araujo Disse uma das visitas de N'Golo, um deles foi com a comunidade.
O documento produzido e distribuído pela Federação N'Golo responde a muitas das perguntas de Keelungbola sobre seus direitos. Existem atualmente 26 leis e regulamentos, de decretos a disposições constitucionais, cobrindo o povo de Keelungbo. Jesus acrescentou: "Este é um marco legal para os seus direitos.
Agora temos a responsabilidade de colocá-lo em prática. Isso só vai acontecer depois de muito esforço." Membros do carrapato Quilombo de Tabatinga têm cartilha em mãos / Crédito da imagem: Paulo Roberto da N'Golo Alliance A Federação N'Golo trabalha com quilombolas há dez anos.
Ela é sua representante no estado. Seu desempenho ocorre de várias maneiras. No ano passado e no final deste ano, o trabalho se concentrou em questões relacionadas à pandemia do coronavírus. A Federação e o Fato brasileiro visitarão mais cinco comunidades em março.
Providências
A secretária de Estado Andrea de Jesus (Psol) fez parte da viagem de N'Goro. Ao investigar a situação em Kilumbra, ela prometeu agir. "Após a entrega do manual, vimos a quantidade de leis que protegem os botos. Porém, a execução dessa obra é pré-crítica. Vou ligar para a Copasa para verificar as condições das águas do Saco Barreiro, onde há. Há ampla evidência de que está contaminado. E também vamos pedir ao Incra que dê respostas sobre a demarcação de terras ", afirmou Andréia, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
FONTE: DdF